Wednesday, 19 November 2014

Timor-Leste: onde está a verdade?

07.11.2014
Pedro Bacelar de Vasconcelos
 
 
Timor-Leste trava neste momento um combate dramático em defesa dos recursos naturais do seu povo contra a cobiça das multinacionais do petróleo aliadas a um vizinho poderoso: a Austrália. À semelhança da história bíblica de David e Golias, assistimos a uma luta desigual entre um pequeno Estado que conquistou a independência já neste século, à custa do sangue do seu povo, e o gigante que se apoderou de uma enorme fatia da sua riqueza através de um acordo espúrio com a outra grande potencia regional, a troco do reconhecimento da invasão e ocupação militar de Timor pela Indonésia. Este combate épico desenrola-se em 3 frentes.
 
Na frente diplomática, porque Timor não se resigna à recusa do Governo australiano de submeter a resolução do litígio sobre a fronteira marítima, ao Tribunal Internacional (prevê, acertadamente, que ali não lhe darão razão!). Na Comissão de Arbitragem em Singapura, onde as companhias petrolíferas e o Governo de Timor deviam chegar a acordo sobre as taxas e as deduções indevidas que as companhias não querem devolver a Timor -Leste. E, a terceira frente, nos tribunais timorenses que, apesar de as partes em conflito não terem concluído ainda a fase de "negociação amigável", em Singapura, aceitaram decidir a meia centena de ações judiciais que as companhias petrolíferas associadas à "Conoco Philips" intentaram contra o Estado soberano, para proteger os seus lucros. Inesperada e lamentável foi a abertura desta quarta frente, na retaguarda, suscitada pela suspensão dos contratos de funcionários internacionais ao serviço dos tribunais timorenses!
 
Todos deploramos que "magistrados portugueses", sob esta única "denominação" veiculada pela Comunicação Social, tenham sido coletivamente qualificados, ainda que no âmbito de considerações laterais, como carecidos de experiência e adequada preparação em certos domínios técnicos, pelas autoridades timorenses. Por isso compreendemos, apesar de não as subscrever, afirmações de índole sindical ou corporativa sobre este "incidente" internacional. É de louvar a posição do Governo português, em comunicados do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Ministério da Justiça, cuja moderação se aprecia, porque o Governo está obrigado a prestar contas aos cidadãos nacionais sobre os "incidentes" da cooperação internacional. E também porque a política da língua decorre de uma estratégia cuja continuidade tem sido assegurada por governos sucessivos, maioria e oposição. Não é portanto matéria que se possa levianamente comprometer em confrontos de fações partidárias. Pelo contrário, muitos comentadores de serviço revelaram crassa ignorância e flagrantes preconceitos chauvinistas nas declarações que prestaram sobre este "incidente", fazendo crer que tudo se resumiria ao "filme habitual" da tentativa de encobrimento da corrupção política que bem conhecem de outras latitudes. De novo, "os magistrados portugueses" estariam envolvidos numa verdadeira operação "mãos limpas", há 3 anos, e seria esta a razão do seu inesperado "despedimento". Se fosse assim, como se entenderia que esperassem 3 anos para se "desembaraçarem" deles? Porque permitiram a condenação e o cumprimento da pena de prisão da antiga ministra da Justiça? Por que atendeu o Parlamento Nacional, quase sempre, os pedidos de levantamento da imunidade de membros do Governo, para que respondessem perante os tribunais? Só por indigência e imperdoável malícia se explica tal insinuação!
 
As sentenças dos tribunais de Timor-Leste são públicas e assinadas pelos seus autores, tal como em Portugal. Recomenda-se que as consultem! O Conselho Superior da Magistratura timorense rege-se por normas análogas ao Conselho Superior da Magistratura de Portugal. Por isso não é o Governo de Timor quem nomeia os juízes nem lhes distribui ou retira os processos. Por isso, pode crescer a promiscuidade entre juízes timorenses e funcionários internacionais artificialmente equiparados aos primeiros, para o exercício soberano do poder de julgar e decidir processos judiciais, em nome da República de Timor-Leste. Ao mesmo tempo que se permitia que funcionários internacionais representassem o Estado e promovessem a ação penal, em paridade com os magistrados do Ministério Público timorenses. Uma história, enfim, que não podia ter um final feliz!

Timor-Leste Petroleum Fund investment strategy update


Ministry of Finance organized a series of information sessions on the update of Petroleum Fund investment strategy
__________________________________________________________________________

                                                                                                                          7 November 2014
Dili – Petroleum Fund Administration Unit of the Ministry of Finance recently organized a series of information sessions to key stakeholders informing them of the latest update of the Petroleum Fund investment strategy.  
 
These sessions took place in the Ministry of Finance from Wednesday the 5th to Friday the 7th of November 2014 and were attended by key stakeholders including members of the Government, Investment Advisory Boards and civil societies.
 
Mr. Peter Ryan-Kane, from Towers Watson, an external advisor to the Ministry of Finance on the Petroleum Fund’s investment, started the presentations mentioning that the Petroleum Fund investment strategy takes into account three core issues; sustainability, diversification and purchasing power of the Fund.
 
He recalled that when the Fund started, a simple investment strategy was adopted, mainly by investing in US dollar denominated high rated bonds. It was deemed necessary to avoid exposure to risk and volatility, while building capacity. However, he further elaborated that the then strategy was unsustainable, as every year a 3% of ESI was withdrawn, while the Fund’s investment would return less than 2% real.

Therefore, he argued that the fundamental reason for changing the Petroleum Fund Law was to diversify the Fund’s investment, by investing across and within different asset classes, to enable the alignment between the investment policy and fiscal policy. Diversification also helps the Fund to bolster capital preservation, by avoiding being concentrated in any one asset class.
 
The newly revised Petroleum Fund Law allowed for up to 50% allocation to public equities, not less than 50% in fixed income and not more than 5% in alternative instruments. It is expected that with the new investment strategy, 60% in bonds and 40% in equities, there would be a reasonable probability that in the long-term, the Fund would be able to achieve a real return of 3%, which is matched to the 3% Estimated Sustainable Income (ESI), the guidelines for annual transfers to the state budget.
 
The Government decided in 2012 to increase the public equity exposure by 0.83% a month over a period of two years to June 2014 as a prudent means of achieving a 40% equity exposure. Having a long-term investment horizon, the Fund is ready to assume the higher risk in order to pursue the expected increase in long-term average return. The Government also decided in 2013 to further diversify the Fund’s fixed income portfolio by reducing its concentration in US Treasuries. An initial exposure of 10% of the Fund was allocated to non-US developed market sovereigns, with 30% Eurozone and 10% country capped.

As of September 2014, the Fund invested 60% in US Treasuries, 10% in non-US sovereign bonds, and 40% in developed market equities. The Fund’s assets are being managed by BCTL (40%), BIS (10%), Interim Manager (5%), AllianceBernstein (5%), SSgA (18%), Blackrock (17%), and Schroders (5%). The Fund’s assets were invested across more than 2,579 securities, with more than 70% of them located in the US, and the remaining spread across Europe, Japan, the UK, Canada, Australia and other developed countries.
 
The Fund earned a net investment return of 4.4% or an accumulated $2.4 billion, since its inception in 2005. The 2013 was an outstanding year for equity markets in developed economies, while bond markets performed badly. The Fund’s equity investment performed exceptionally well in 2013, returned 27% for the year. The one year equity return, however, should be considered more of an exception than the rule, as it may be difficult for equity markets to post a similar result in 2014.
 
The divergent performance between equities and bonds illustrated the virtue of diversification. By investing in several asset classes that seldom move in tandem, the total Fund is shielded from the full impact of temporary negative returns from any one of these.
 
The Government is currently contemplating making further incremental improvements to the bond and equity portfolios by investing in a wider range of sub-asset classes to improve the risk and return characteristics of the Fund.
 
Ministériu Finansas organiza sesaun informativa konaba atuliazasaun estratéjia investimentu Fundu Petrolíferu

__________________________________________________________________________
                                                                                                                          7 Novembru 2014
Dili – Unidade Administrasaun Fundu Petrolíferu husi Ministériu Finansas foin lalais ne’e organiza sesaun informativa lubuk ida hodi informa ba parte interesada sira konaba atualizasaun estratéjia investimentu Fundu Petrolíferu.
Sesaun informativa hirak ne’e realiza iha edifísiu Ministériu Finansas nian hahú husi loron Kuarta, dia 5 to’o Sesta dia 7 Novembru 2014, ne’ebé atende husi parte interesada sira inklui membrus Governu, membrus Komite Asesoria Investimentu no Sosiedade Sivil sira.
Sr. Peter Ryan-Kane, husi Towers Watson, konsultór esternu ba Ministériu Finansas iha área investimentu Fundu Petrolíferu, hahú ninia aprezentasaun hodi mensiona katak estratéjia investimentu Fundu Petrolíferu sempre tau iha konsiderasaun asuntu importante tolu maka hanesan sustentabilidade, diversifikasaun no poder kompras Fundu Petrolíferu.
Nia fo hanoin hikas fali katak wainhira Fundu Petrolíferu hahú, ita adopta estratéjia investimentu ida simples hodi investe hotu deit iha obrigasaun sira nivel a’as demoninadu iha dolar EUA. Iha tempu ne’ebá estratéjia refere importante tebes hodi tulun Fundu evita espozisaun ba risku no volatilidade, no iha tempu hanesan mos hakbiit no hasae ita nia kapasidade. Maibe, nia elabora liu tan katak estratéjia refere la sustentável, tamba kada tinan ita hasai 3% Rendimentu Sustentável Estimativa (RSE) husi Fundu Petrolíferu, enkuantu investimentu husi Fundu refere fo deit retornu menus husi 2% real.
Tamba ne’e, nia argumenta katak razaun fundamental hodi halo mudansa ba Lei Fundu Petrolíferu maka hodi diversifika investimentu Fundu Petrolíferu liu husi halo investimentu ba iha klase ativu oin-oin, hodi nune’e ita bele hetan aliñamentu entre polítika investimentu ho polítika fiskal. Nia mos realsa katak diversifikasaun ajuda Fundu Petrolíferu mantein prezervasaun kapital, no evita risku konsentrasaun iha klase ativu ida deit.
Lei Fundu Petrolíferu foun ne’ebé foi lalais ne’e hetan revizaun prevee katak Fundu Petrolíferu investe másimu 50% iha ações públicas, no mínimu 50% investe iha rendimento fixo no la liu husi 5% investe iha instrumentos alternativos. Ita espera katak ho estratéjia investimentu foun, 60% iha obrigasaun no 40% iha asaun, iha probabilidade razoável katak iha longu-prazu Fundu bele atinji retornu real 3%, hanesan ho 3% RSE, ne’ebé sai hanesan sasukat transferênsia anual ba orsamentu estadu.
Governu desidi iha tinan 2012 hodi hasae investimentu ba ações públicas, ho montante 0.83% kada fulan durante tinan rua nia laran to’o Juñu 2014 hanesan meius ida prudenti liu hodi atinji objetivu alokasaun 40% ba investimentu iha asaun. Hanesan investor longu-prazu, Fundu Petrolíferu prontu atu asumi risku hodi nune’e bele atinji média retornu longu-prazu ne’ebé a’as. Governu mos desidi iha tinan 2013 hodi diversifika liu tan karteira rendimento fixo hodi redúz konsentrasaun iha Tezouru EUA. Espozisaun inísiu 10% aloka ba obrigasaun nasaun soberanu dezenvolvidu sira ex-EUA, ho limitasaun másimu 30% alokasaun ba Zonaeuro no másimu 10% iha nasaun ida.
Iha fulan Setembru 2014, Fundu Petrolíferu investe 60% in Tezouru EUA, 10% iha obrigasaun nasaun soberanu non-EUA no 40% iha asaun merkadu dezenvolvidu. Investimentu Fundu Petrolíferu jere husi BCTL (40%), BIS (10%), Jestor Interinu (5%), AllianceBernstein (5%), SSgA (18%), Blackrock (17%) no Schroders (5%). Fundu Petrolífefru investe iha mais de 2,579 títulus finanséirus, husi ne’ebé 70% investe iha EUA, no restu investe iha Europa, Japaun, Reinu Unidu, Kanadá, Austrália no nasaun dezenvolvidu sira seluk.
Desde Fundu Petrolíferu estabelese iha tinan 2005, ita hetan ona retornu investimentu líkidu 4.4% ou reseitas investimentu akumuladu hamutuk 2,4 biloens. Tinan 2013 sai hanesan tinan ida diak tebes ba merkadu asaun iha ekonomia nasaun dezenvolvidu sira, enkuantu merkadu obrigasaun la fo retornu ne’ebé diak iha tinan ne’ebá. Iha tinan 2013 deit retornu investimentu husi asaun a’as tebes ho 27%. Maibe retornu asaun tinan ida ne’ebá ita konsidera hanesan eksepsaun ida, tamba sei susar tebes ba merkadau asaun hodi fo rezultadu hanesan iha tinan 2014.
Diferensia iha dezenpeñu entre asaun no obrigasaun hatudu mai ita importansia husi diversifikasaun. Wainhira ita investe iha klase ativu oin-oin, ne’ebé dala barak iha mudansa la hanesan, maka Fundu sei hetan protesaun husi impaktu temporáriu retornu negativu entre klase ativu sira ne’e ida.
Governu agora daundaun hanoin hela atu hadiak liu tan karteria investimentu obrigasaun no asaun hodi investe iha sub-klase ativu sira seluk atu bele hadiak karaterístika risku no retornu Fundu Petrolíferu.


Nun calls on Abbott to fix E Timor dispute

AAP
November 15, 201411:17AM
 
 
AN Australian nun is calling on the Abbott government to finally settle the maritime border with East Timor so the tiny nation can get on with delivering basic services to its people.
SISTER Susan Connelly is using the G20 to raise awareness of East Timor and Australia's maritime boundary dispute, joining with advocacy group Get Up to put a television advertisement to air during the summit.

The border has been the subject of a long-term dispute between the two countries and has never been officially drawn.

Instead, the countries have a resource sharing arrangement and Australia has profited from oil reserves close to East Timor's shore.

The tiny country has long argued Australian drillers are robbing it of the resources required to lift its population out of poverty.

Sr Connelly, who has spent 17 years working in East Timor and is part of the Timor Sea Justice Forum, is calling on the Abbott government to "start a new page" and negotiate with the Timorese government in good faith.

"Timor is a sovereign nation, no less sovereign than any other nation in the world even though it's small," she told AAP.

"They have rights, and one of those rights is that they should have a properly defined maritime boundary."

GDP in East Timor was just US$1.6 billion last year, according to the World Bank.

The country faces extreme difficulties providing health and education services, with about half of its population aged under 18.

Sr Connelly says it's not fair that such a poor country should have to fight so hard to get what's on "their side of a halfway line".

"Timor really wants to make a go of it," she said.

"They don't want to beg ... they want to do it (develop) by themselves but they should not be denied the financial wherewithal to do it."

"They're wasting so much time and money on legal advice, and having people work ... to get what is rightfully theirs."

Tuesday, 18 November 2014

Timor: Juiz Paulo Teixeira e Glória Alves estiveram envolvidos no julgamento das petrolíferas (Pagina Global)


António Veríssimo, Lisboa
 
Em todos os assuntos o contraditório é importantíssimo se acaso contemplar a verdade de factos. No entanto a sua importância esvanece-se e toma foros prejudicais se tiver por objetivo a contrainformação que vise a manipulação dos factos reais para efeitos de gerar confusão, dúvidas e/ou ocultação dos mesmos à opinião pública.
 
No Página Global fazemos questão de publicar compilações que contemplam o contraditório, apesar de corrermos o risco de estar a veicular alguma contrainformação. Não sendo esse o nosso propósito, beneficiar a contrainformação, não podemos deixar de apresentar várias perspetivas de um conflito ou de outra qualquer ocorrência que mereça a atenção da notícia ou da opinião expressa e identificada. Desse modo consideramos que cada um dos que lê pode (deve) pensar pela sua própria cabeça e tirar as conclusões que em consciência tome por informação correta ou o mais aproximada possível da realidade dos factos, para que possa julgar com imparcialidade e formar a sua própria opinião.
 
No caso da expulsão dos juízes portugueses e cabo verdiano de Timor-Leste. Incidente protagonizado por Xanana Gusmão e o Parlamento timorense, muita tinta tem corrido. O ministro da Justiça timorense, Dionísio Babo, vem expressamente a Portugal por causa deste incidente. Saiu de Timor-Leste ontem, sábado, e não tarda a aterrar em Portugal.
 
Não abordando agora aqui os pormenores de tudo que foi dito que aconteceu (devidamente documentado em Página GlobalTimor-Leste - e encarando com objetividade um pormenor importante da questão, perguntamos se na realidade a procuradora Glória Alves está a ser exata quando lhe perguntam, em entrevista ao Esquerda.net (publicado no PG):
 
“Um dos argumentos de Xanana Gusmão para afastar os funcionários internacionais é a incompetência ou parcialidade nos processos relativos ao petróleo, sempre a favor das petrolíferas estrangeiras. Isso aconteceu mesmo?”
 
Glória Alves responde:
 
“Não. É óbvio que a razão da nossa saída, tanto na primeira resolução, que abarcou cinquenta e tal pessoas, como na última, que foi a expulsão daqueles que eles efetivamente queriam correr, não teve a nada a ver com o petróleo. Nenhum dos juízes portugueses expulsos tiveram os casos de petróleos. Eu nunca tive processos de petróleo. É evidente que não foi por essa razão que foram expulsos. A razão é clara: foi por causa dos processos crime contra governantes e altos quadros da administração pública.”
 
Tudo indica que a resposta de Glória Alves não está correta. A própria fotografia que divulgamos para ilustrar este texto mostra (clique na foto para ampliar) o juiz Paulo Teixeira (um dos expulsos) em julgamento que dá veracidade às declarações de Xanana Gusmão e desmente Glória Alves. Ela própria teve participação no julgamento “dos petróleos”. Assim é reportado na página oficial do Ministério da Justiça (no último parágrafo) que fonte no PG refere e comenta:
 
“A procuradora Glória Alves continua a insistir que não tiveram nada com os processos das petrolíferas. No entanto uma pesquisa rápida na internet revela notícia que demonstra o contrário. Como esta na página oficial do Ministério da Justiça: TDD Halaó Primeiru Julgamentu ba Kazu Kompania ConocoPhilips ho Estadu TL.
 
Por acaso até está escrita em tétum. Mas se olharem para o último parágrafo podem ler quem eram os juízes e quem estava como "apoio".
 
Surpresa, surpresa. O nome de Glória Alves consta na lista e não precisa de tradução para em português se perceber quem é a pessoa.
 
O quê? Pensei que estava a ter alucinações. Mas não. Está mesmo ali escrito, como intervenientes do primeiro processo do imposto petrolífero, Glória Alves.
 
E esta heim!
 
Outra curiosidade, vejam só a foto do coletivo. Que juiz tem a maior poltrona, que juiz está a dar as instruções e que juízes parecem estar um tanto incertos. Essa foto retrata a leitura da decisão que se sabe foi escrita pelo juiz português Paulo Teixeira, mas obviamente lido por um juiz timorense para dar ares de que são os timorenses a tomar as decisões.
 
Em 1999 era o mesmo, as milícias eram timorenses mas os patrões eram os indonésios. A história repete-se.”
 
EM QUE FICAMOS? QUEM ESTÁ A GERAR CONFUSÃO? QUEM EXPLICA?
 
Não é fácil depararmos com esta evidência e não encontrarmos explicação plausível para as declarações antagónicas de Xanana Gusmão e de Glória Alves quando numa página oficial de um ministério do governo timorense encontramos documento fotográfico e notícia que vai de encontro à veracidade das declarações do primeiro-ministro timorense e retira a credibilidade ao que Glória Alves tem afirmado - fazendo-nos entender que os juízes expulsos nada tiveram que ver com o julgamento “dos petróleos” mas sim com processos que envolviam ministros e funcionários superiores do governo de Xanana Gusmão, incluindo Xanana Gusmão. Foi o que passou Glória Alves para o entender público. Quem está a gerar confusão? Quem explicita os factos com verdade?
 
Com base na página oficial do Ministério de Justiça de Timor-Leste, Glória Alves está a passar para a opinião pública inexatidões. Isso significaria que Glória Alves tem estado a reportar ficção. O que iria ao encontro de palavras de Mari Alkatiri, dirigente da Fretilin (oposição), em declarações recentes, quando disse que "enquanto for vivo não permitirá que passem rasteiras a Xanana Gusmão". Quem está a passar rasteiras a Xanana Gusmão? É que meias-verdades ou meias-palavras não bastam para se entender a trama que está em discussão e pôs dois países irmãos melindrados, tristes, indignados. Quem faz dissipar a "névoa"?
 
Os que acompanham Timor-Leste há décadas e trazem timorenses e a sua terra no coração e quase em constante pensamento sabem muito bem sobre as qualidades e defeitos de Xanana Gusmão. Acredita-se que ele até aprendeu a arte do desenrasca, do expontâneo improviso, com os portugueses colonos. Sabe-se que Xanana Gusmão pode ser um homem perigoso, que não é flor que se cheire, que está viciado nos poderes que tem vindo a adquiirir e a manter obstinadamente. Xanana é o protótipo dos que consideram que se não estão com ele é porque estão contra ele. Por isso também sabe que tem muitos adversários e até perigosos inimigos…Que ele controla e lhes faz saber que “ou estão quietinhos ou levam no focinho”. Uma forma airosa de dizer que se necessário pagam com a vida. Saiam-lhe da frente. Não lhe façam sombra porque senão…
 
O PM timorense é tudo isso e muito mais. Também tem muitas boas qualidades. Mal será não o reconhecer naquele irascível sujeito embrulhado numa lenda quase perfeita para consumo interno e externo da maioria das pessoas. Mas ele sabe quem vê quando se faz refletir no espelho. Devemos acreditar que ele gosta imenso de ser como é. Narcisista quanto baste.
 
Onde está a verdade dos factos descritos por uma (procuradora) e pelo outro (primeiro-ministro)? Quem desfaz a confusão? A opinião pública merece isso. Não queremos acreditar que Glória Alves minta premeditadamente. Até porque já vigora justamente a condenação de Xanana Gusmão no trato e decisões que protagonizou neste caso da expulsão dos juízes portugueses e, mais grave ainda, no modo como o fez e na violação da separação de poderes consignados na Constituição da RDTL. Somado ao lamentável passado mais recente de Xanana a partir do golpe de Estado em 2006... Xanana não é flor que se cheire, já sabemos... Aqui no PG isso mesmo tem sido expresso. Quanto à corrupção…Ora, ora, ora… Um ninho de corrupção. Pois então. Graças à impunidade evidente..
 
 
Estaremos tão baralhados que questionamos o que já é evidente? Estupidez? Mas, neste caso, que realidade é que é evidente, para além da corrupção que todos sabem existir naquele país de povo tão vilipendiado?
 
DEPOIS DE ESCRITO - ESCLARECIMENTO
 
Nas informações em que nos baseámos mais acima referimos que o juiz Teixeira era um dos juízes expulsos, assim interpretámos. Neste momento fazemos a devida correção com base em esclarecimento no que se refere à informação errada que acima consta, que não corresponde à verdade porque o juiz Paulo Teixeira não é um dos juízes expulsos e atualmente se encontra em serviço no Kosovo, como é mencionado por fonte bem informada no esclarecimento que parcialmente reproduzimos:
 
”Correcão. O juiz Paulo Teixeira não constava entre os juízes expulsos. Ele saiu antes de Timor no fim de 2013 pela porta de trás e está agora em Kosovo. Foi ele quem decidiu, entre muitos dos 16 processos perdidos pelo Estado, o processo MINZA em que o estado foi condenado a devolver dinheiro que nunca tinha sido pago a Timor, obviamente para grande admiração de ambas as partes do litigio. Foi o acórdão dele que mereceu a honra de ser copiado nos restantes casos perdidos por Timor. Praticamente fotocopias chapadas com excepção de algumas mudanças como número do processo, nome do juiz, empresa, etc. Isto para processos de natureza fiscal completamente diferentes e por coletivos diferentes de juízes.”

Os herois - nós devemos a estas pessoas

Antigo embaixador de Timor-Leste no Brasil lança "Vozes da Resistência Timorense"

 18 de Novembro de 2014, 09:42

Foto credit: de Google
 
O antigo embaixador de Timor-Leste no Brasil Domingos de Sousa lançou ontem em Díli o seu mais recente livro "Vozes da Resistência Timorense", um testemunho sobre a luta contra a ocupação indonésia com relatos de ex-guerrilheiros.

"Este livro é o testemunho vivo dos guerrilheiros, dos clandestinos e daqueles que trabalharam para a libertação", afirmou à agência Lusa Domingos de Sousa, que terminou este ano as suas funções enquanto embaixador de Timor-Leste no Brasil.

Para Domingos de Sousa, o livro pretende ajudar a recordar para que não se esqueçam as memórias.

"Nós devemos a estas pessoas. Se hoje temos o país foi porque esta gente trabalhou, no esquecimento, sem dinheiro e sem nada. Estiveram no mato uma vida inteira para isto e não pensaram neles, apenas em uma coisa na independência", afirmou o embaixador, sublinhando que é urgente passar a história do país aos jovens.

Domingos de Sousa, licenciado em Filosofia e Ciências da Educação, foi embaixador de Timor-Leste no Brasil entre 2008 e cessou funções este ano.

"Olobai 75", "Colibere - um herói timorense", "Histórias da Resistência" e "Timorense e Murmúrio - da alma timorense", são algumas das obras do autor.

@Lusa

Depois da Cimeira de Díli, Guiné Equatorial liberta presos políticos e inicia Dialogo Nacional


Muitas foram as críticas, algumas virulentas, endereçadas sobretudo à Presidência Timorense da CPLP, acusada de ser a responsável pela admissão da Guiné Equatorial na CPLP como nosso 9º Membro de pleno direito.
 
Nestas páginas defendi a postura da Cimeira da CPLP em admitir a GE, país que teve 300 anos de história com Portugal e com fortes ligações consanguíneas e culturais com São Tomé e Principe e Angola.
 
Apenas os malabarismos coloniais da época levaram ao corte do cordão umbilical da Guiné Equatorial com Portugal, condenando este país a isolamento linguístico e cultural. Pode-se dizer, o Irmão perdido voltou a casa!
 
Argumentei que a CPLP terá assim a possibilidade de apoiar o processo de diálogo e mudanças naquele Pais irmão, encetado pelo próprio Presidente.
 
Defendeu-se a admissão da GE na CPLP para corrigir algumas injustiças da história e também acreditando que pela via da admissão na CPLP, a situação geral de direitos civis e políticos naquele Pais poderá melhorar.
 
Um Decreto Presidencial, pouco ou nada noticiado nos Mídia Portugueses, datado de 20 de Outubro passado, ordenou a libertação de TODOS os presos políticos, com efeito imediato.
Entretanto, decorre naquele País um diálogo nacional abrangente de todas as forças políticas e sociais.
 
São alguns primeiros passos, importantes, para este pequeno Pais, 9º membro da CPLP.
Que todos os Irmãos da GE saibam aproveitar esta abertura, com muita prudência e serenidade, com espírito de reconciliação e perdão.
 
 
After the Dili Summit, Equatorial Guinea releases political prisoners
and starts National Dialogue
 
Many were the critics, some virulent, addressed mostly to the Timorese Presidency of the CPLP, accused of being responsible for the Equatorial Guinea admission to the CPLP as our 9th member in their own right.
 
In these pages and posts, I defended the position of the CPLP Summit regarding the Equatorial Guinea admission, a country that had 300 years of history with Portugal and with strong consanguineous and cultural ties with São Tomé and Principe and Angola.
 
Only the colonial misfortunes of those times led to the “cut” of this umbilical cord between Guinea Equatorial and Portugal, condemning this country to the isolation – linguistically and culturally. One must say, the lost Brother returned home.
 
I argued that the CPLP would have the possibility to support the dialogue process and the needed changes on that brother Nation, initiated by the President himself.
 
It was defended that the admission to CPLP would rectify some injustices made by history and also the believe that this would improve the general situation of this country regarding civil and political rights.
 
A Presidential Decree, little or almost nothing aired in the Portuguese Media (dated from 20th of October 2014) ordered the release of ALL political prisoners, with immediate effect.
 
In the meantime, a national dialogue is in action in this country with all the political and social forces.
These are a few small steps, important, for this tiny country, the 9th member of the CPLP.
 
That all the Brothers from Equatorial Guinea know how to take advantage of this opening, with great caution and serenity, with a spirit of reconciliation and forgiveness.

BARRIERS TO LONG-TERM FINANCING AT AFFORDABLE RATES: INTRODUCING A NATIONAL DEVELOPMENT BANK TO SUPPORT TIMOR-LESTE PRIVATE SECTOR DEVELOPMENT

BARRIERS TO LONG-TERM FINANCING AT AFFORDABLE RATES: INTRODUCING A NATIONAL DEVELOPMENT BANK TO SUPPORT TIMOR-LESTE PRIVATE SECTOR DEVEL...